O presidente da entidade, Daniel Rinaldi, lembrou que os profissionais de saúde da atenção básica devem estar atentos aos chamados pacientes de risco - diabéticos, hipertensos, idosos e pessoas com casos de doença renal na família. Segundo Rinaldi, para esses grupos, devem ser prescritos exames simples e de baixo custo, como a creatinina (sangue) e a perda de albumina (urina). Caso o resultado indique possível doença renal, o paciente deve ser encaminhado para um nefrologista. Em outras palavras, os Postos de Saúde devem atuar como principal ferramenta dos governos municipais, que trocam de comando no próximo dia 1º de janeiro, na política de Saúde do País, reduzindo, por consequência, o número de pacientes renais condenados à diálise.
O vice-presidente da sociedade médica, Roberto Tecoits, acredita que falta comunicação entre os próprios profissionais de saúde. Um dos principais problemas, continuou Tecoits, é a ausência de um protocolo de atendimento específico para doenças renais a ser adotado pelos médicos, desde a atenção primária. O vergonhoso espetáculo de milhares de pessoas dormindo na fila em busca de uma senha que garanta atendimento no ITO - Instituto de Trauma-Ortopedia do Rio de Janeiro, é bem um exemplo da falta de comunicação entre os diversos níveis de atendimento na área da Saúde. O encaminhamento ao ITO deveria ser de responsabilidade da unidade de saúde que diagnosticou a necessidade de atendimento hospitalar especializado, nunca o paciente, em cadeira de rodas ou ambulâncias, mofar nas filas em busca de atendimento. “Falta uma estruturação da rede. Esse paciente, se acompanhado pelo especialista desde o início, pode não precisar de diálise ou de um transplante", disse. “A doença renal crônica não apresenta sinais e sintomas em fase precoce. Os médicos precisam estar atentos aos grupos de risco", completou.
A expectativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia é que uma reunião com representantes do Ministério da Saúde, agendada para janeiro de 2013, possa ser o pontapé inicial para a criação de uma rede de atendimento a doentes renais. A doença renal crônica significa uma perda lenta, progressiva e irreversível da função dos rins. Até o paciente perder quase metade da capacidade de funcionamento dos órgãos, a doença, praticamente, não é percebida. A partir daí, começam a surgir os primeiros sintomas, como inchaço, pressão alta e anemia. Os principais fatores de risco para uma doença renal são o sobrepeso, o tabagismo e idade acima de 50 anos, além da hipertensão arterial, do diabetes e do histórico familiar.


