As manifestações clínicas são noturnas e diurnas
A apnéia obstrutiva do sono é uma síndrome caracterizada por interrupções recorrentes da respiração durante o sono, secundárias à obstrução das vias aéreas superiores. Essa obstrução costuma estar relacionada ao efeito do relaxamento muscular que ocorre durante o sono, levando à queda da língua e dos demais tecidos adjacentes, o que causa obstrução ao fluxo aéreo. As manifestações clínicas são noturnas e diurnas. Durante a noite, o paciente pode apresentar ronco alto, paradas respiratórias observáveis e sono fragmentado. Durante o dia, podem ocorrer sintomas como sonolência diurna excessiva, queda de produtividade, perda de memória, redução na libido e piora na qualidade de vida de maneira geral. Além dos sintomas, podem também ocorrer alterações metabólicas e aumento do risco cardiovascular, principalmente pelo aumento da pressão arterial sistêmica.
Existem diversos tratamentos para a apnéia obstrutiva do sono, desde perda de peso, tratamento de rinite alérgica e posicionamento adequado (ex.: dormir em decúbito lateral), até aparelhos intraorais para avanço mandibular e cirurgias, sendo que o tratamento mais habitualmente relacionado é o uso de pressão positiva por meio de CPAP, aparelho que permite uma pressão positiva nas vias áreas superiores, trazendo conforto e boa oxigenação ao paciente durante todo o sono.
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Para tratamento eficaz, no entanto, é essencial realizar o diagnóstico. Este é feito por meio de polissonografia, e existem diferentes tipos de avaliação durante o sono. O método tradicional, considerado padrão-ouro para o diagnóstico, é a polissonografia em um laboratório do sono. No entanto, este método é custoso e pode ser de difícil acesso no dia a dia. Existe um dispositivo de polissonografia para ser realizado em domicílio sendo de custo menor e mais acessível. O aparelho é fornecido ao paciente para que o exame seja realizado em domicílio. São monitorizados saturação de oxigênio, frequência cardíaca, movimento e ronco, permitindo a derivação de um IDO (índice de dessaturação de oxigênio) e de tempo com saturação abaixo de 90%. Os dados são direcionados a um aplicativo de smartphone e ficam registrados no portal do profissional em nuvem. O médico solicitante recebe, então, um laudo assinado por um médico do sono.
Em resumo, a apnéia obstrutiva do sono é um problema prevalente no consultório do cardiologista, sendo muitas vezes uma causa secundária de hipertensão arterial, e a suspeita clínica e o diagnóstico adequado são essenciais para a melhora qualidade de vida de um paciente.
Dr. Roberto Daiub
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